top of page

True Crime, quadrinhos e representatividade: finalistas do Jabuti que conquistaram a Geração Z

  • Foto do escritor: Bianca Fávero
    Bianca Fávero
  • 26 de out.
  • 3 min de leitura

Dos thrillers de Raphael Montes às HQs de Aline Zouvi, maior premiação literária do Brasil pode homenagear autores que marcam os mais jovens em 2025

Raphael Montes, Aline Zouvi e Eliane Potiguara
Divulgação/Instagram

A Geração Z cresceu entre telas, timelines e algoritmos, mas agora se reconhece em livros que espelham suas angústias, identidades e causas. E é justamente esse público, acostumado a consumir histórias em múltiplos formatos, que transforma o cenário literário brasileiro. 


Essa mudança também se reflete entre os finalistas do Prêmio Jabuti 2025, que reúne uma geração de autores conectada aos novos modos de ler e contar histórias. Entre os nomes que unem as palavras ao digital, estão Raphael Montes, um dos mais populares da literatura brasileira contemporânea. Seus thrillers, como Dias Perfeitos, alcançaram milhões de leitores e foram adaptados para o streaming, como Bom Dia, Verônica. 


Mais do que o suspense, Montes explora dilemas morais e psicológicos que ressoam com os jovens, como a violência, ambiguidade ética e relações humanas complexas. A repercussão intensa de suas obras — que já passou por debates e polêmicas de cancelamento online — mostra como os jovens buscam por reflexões que desafiam as percepções nas narrativas.


"Apesar de demandar grande esforço, tudo ainda parece um sonho. Na verdade, um pesadelo. Irreal, intangível, como se acontecesse em outro tempo ou com outra pessoa. A história absurda e violenta que se escuta da amiga de uma amiga. É cruel que uma coisa dessas aconteça de verdade. Mais cruel ainda que aconteça comigo." — Raphael Montes, em Uma Família Feliz.

 Conhori e as Icamiabas: guerreiras da Amazônia, de Eliane Potiguara
Eliane Potiguara lança luz a representatividade indígena

Enquanto Raphael explora o fascínio pelo True Crime, que conquistou cada vez mais leitores nos últimos anos, Eliane Potiguara, indicada com o livro Conhori e as Icamiabas: guerreiras da Amazônia, conecta a literatura à ancestralidade e à representatividade indígena. Voltada ao público juvenil, a escritora aborda temas como identidade, resistência e a importância de conhecer a cultura dos povos originários do Brasil.


Ao trazer essas narrativas para os jovens, conhecidos por engajar em causas sociais de diversidade, justiça e preservação cultural, Potiguara contribui para uma literatura mais plural e descolonizada. 


Outro formato que conquistou a Geração Z são os quadrinhos. Finalistas como Aline Zouvi (Pigmento), Helena Cunha (Não sou Orlando), Regiane Braz e Jefferson Costa evidenciam como as ilustrações com balões de fala unem a arte e reflexão. Em Quando Nasce a Autoestima?, Braz e Costa acompanham a trajetória de uma menina negra em busca de autoconhecimento e aceitação, de maneira a ampliar o debate sobre racismo, ancestralidade e saúde mental. 


Aline Zouvi, por sua vez, utiliza os quadrinhos para explorar identidade de gênero, orientação sexual e gordofobia. Seus trabalhos dialogam com a busca da Gen Z por representatividade e autoaceitação, sobretudo em um momento em que as redes sociais colocaram em xeque muitos desses temas.  


Pigmento, Aline Zouvi
'Pigmento', de Aline Zouvi, concorre ao Jabuti de História em Quadrinhos

Esse mundo digital abriu portas para que a literatura infantojuvenil se reinventasse. Penélope Martins (Quando minha mãe voou no 14-Bis), além de escritora, aproxima a leitura de outros formatos da web por se destacar como criadora de conteúdo e produtora do podcast Toda Hora Tem História


Já a comunidade do BookTok ampliou significativamente o alcance de obras como a de Lorena Portela, indicada na categoria de Romance de Entretenimento por O Amor e Sua Fome. Na rede, os jovens recomendam e criam conteúdos sobre os títulos que amam e transformam a experiência literária em algo coletivo e dinâmico.


Por dentro da 67ª edição do Prêmio Jabuti


A CBL divulgou, no início de outubro, a lista dos cinco finalistas de cada categoria na edição de 2025. Os vencedores serão anunciados em uma cerimônia exclusiva para convidados, com transmissão ao vivo pelo canal da organizadora no YouTube, marcada para a noite da próxima segunda-feira (27), no Theatro Muncipal do Rio de Janeiro. 


Além da estatueta dourada do Jabuti, os homenageados receberão um prêmio de R$ 5 mil. Com curadoria de Hubert Alquéres, o processo de julgamento das obras envolveu mais de 60 jurados com formações diversas e ampla representatividade. 

A Personalidade Literária deste ano é a carioca Ana Maria Machado, autora de mais de cem obras, entre romances, ensaios, contos e produção infantil, algumas traduzidas em diversos idiomas e publicadas em mais de 20 países. 


O Capítulo Z estará no Rio de Janeiro para acompanhar cada minuto desta premiação. Acompanhe as nossas redes sociais para ficar por dentro de tudo o que acontece no mundo literário.




Comentários


capítulo (2).png

Contato:
imprensa.capituloZ@gmail.com

Receba nossa Newsletter

Obrigado!

© Capítulo Z

  • Instagram
  • Spotify
  • Youtube
  • TikTok
bottom of page