Mina de HQ completa 10 anos e lança livro comemorativo: “Quadrinhos, diversidade e insurgência”
- Da Redação
- há 7 dias
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Publicação será lançada nesta sexta-feira (12), na Megafauna Copan, em São Paulo

A Mina de HQ é um plataforma multimídia com foco em gênero e representação que reúne pesquisa, curadoria, HQs e conteúdo customizado, organização de cursos e eventos, e divulgação de histórias em quadrinhos feitas por mulheres cis, pessoas trans e não binárias. Este projeto independente, criado em 2015 pela jornalista Gabriela Borges, completa uma década e se consagra com a publicação do livro Quadrinhos, diversidade e insurgência: Mina de HQ 10 anos, lançado pela Kipuka – editora que aposta em experimentação gráfica, temas contemporâneos e compromisso político com o ecossistema do livro. A capa é da Helô D’Angelo e a jornalista e escritora Daniela Arrais assina a orelha da publicação.
Organizado pela jornalista Gabriela Borges e a pesquisadora Dani Marino, o livro representa um manifesto e uma comemoração. Com uma antologia de quadrinhos da última década com foco em diversidade e apresentação de mais de 200 quadrinistas para conhecer, ler e seguir, o livro se destaca pela memória deste tempo de atuação e reflexões que abrem possibilidades de diálogo para o presente e futuro do universo dos quadrinhos.
A publicação será lançada nesta sexta-feira (12), na Megafauna Copan, em São Paulo. Às 19h começa o evento com um bate-papo entre as autoras Gabriela Borges e Dani Marino, e Helô D’Angelo, mediado pela jornalista e escritora Tatiana Vasconcellos, seguido de sessão de autógrafos.
Curadoria crítica e formação de leitores
Site, revista, newsletter, clube de leitura, a Mina de HQ atua em diversos campos e tem como objetivo dar visibilidade ao trabalho de quadrinistas. Em dez anos de atuação, a iniciativa se firmou como uma das mais importantes no ramo de curadoria crítica e incentivo à leitura no país, ao tratar os quadrinhos como expressão cultural diversa e territorialmente enraizada.
Seu trabalho vai além da divulgação de obras: propõe leituras que contextualizam autoras, coletivos e produções de diferentes regiões do Brasil, descentraliza o olhar concentrado no eixo Rio–São Paulo e amplia o acesso a narrativas plurais. Essa abordagem, que alia crítica, pesquisa e difusão, rendeu à plataforma prêmios como o HQ Mix, o Angelo Agostini e uma indicação ao Prêmio Jabuti, e consolidou sua contribuição singular para a formação de leitores e para o fortalecimento das redes que sustentam a produção contemporânea de quadrinhos.
“Fazer curadoria significa ter um olhar crítico para construir narrativas por meio da escolha do que mostrar e como mostrar. É intencionalidade. Na curadoria de histórias em quadrinhos que faço, seja para os canais da Mina de HQ, eventos, coletâneas, editoras ou outros propósitos, destaco obras e artistas que dialogam com certos temas, movimentos artísticos ou momentos históricos. Ou seja, fazer curadoria é dar sentido ao conjunto e ajudar o público a descobrir e compreender de forma mais profunda aquilo que está sendo apresentado”, explica Gabriela Borges.
Gabriela e Daniela são amigas e companheiras nesta luta há muitos anos, desde os tempos que antecederam a MHQ. Gabriela fundou o projeto e Dani se tornou essencial em seu aprofundamento e continuidade. Este livro é fruto de sentidos construídos coletivamente e de experiências das quais participaram de forma orgânica, razão pela qual adotaram a escrita em primeira pessoa e com um tom intimista que agrega e contextualiza a leitura.
“Durante a confecção do livro, me dei conta do meu protagonismo nas ações que promoveram maior alcance e divulgação dessas mulheres em um meio ainda muito machista, e é uma sensação muito empoderadora. Possibilitar que futuras quadrinistas e leitores entendam os caminhos percorridos para que cada vez mais mulheres estejam entre finalistas de prêmios e em publicações diversas é uma honra que tenho um grande prazer em compartilhar com todo mundo que nos lê”, diz Dani Marino.
“Esse livro é um dos maiores projetos da minha vida e não só no tamanho. Ele reúne dez anos de caminhada com a Mina de HQ, uma trajetória construída com afeto, escuta, crítica, feminismo e muita teimosia. Publicar essa obra é um gesto de memória e de afirmação: nós - que lemos e fazemos quadrinhos - sempre estivemos aqui. Além de uma leitura prazerosa e inspiradora. Essa é uma publicação coletiva e política, porque contar nossas histórias também é uma forma de disputar o presente e desenhar futuros possíveis”, conta Gabriela Borges.
O livro vem com um pôster encartado, da artista Helô D’Angelo. Mariamma Fonseca, Samanta Coan e Samara Horta, fundadoras do Lady’s Comics, assinam o prefácio.
“Quero que este livro chegue às mãos de quem já acompanha a Mina desde os primeiros posts, mas também de quem ainda não sabe que quadrinhos podem ser ferramenta de resistência, educação e transformação.”, finaliza Gabriela Borges.










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