Cancelado? Entenda por que Raphael Montes foi alvo do ‘tribunal das redes sociais’

Após a exibição da adaptação literária de ‘Dias Perfeitos’, desfecho foi classificado por internautas como “misógino, violento e nojento”

Até que ponto um autor tem liberdade criativa para escrever sobre o que quer? Essa discussão voltou aos holofotes com o lançamento do final da série Dias Perfeitos, obra que adapta o romance de Raphael Montes. Ex-advogado, o autor best-seller é aclamado pelo talento de narrar histórias perturbadoras.

Embora seja escritor de thrillers — gênero que já se propõe a abordar clímax com crimes e terror psicológico —, usuários do X (antigo Twitter) compartilharam trechos do desfecho e o classificaram como “misógino, violento e nojento”.

Em Dias Perfeitos, Téo é um solitário estudante de Medicina que divide o tempo entre cuidar da mãe paraplégica e dissecar cadáveres nas aulas de anatomia. Após conhecer Clarice, o rapaz se encanta, mas sofre com a rejeição. E assim, sua paixão rapidamente se transforma em sequestro e brutalidade.

A trama foi parar no “tribunal das redes sociais”. Enquanto parte do público pedia boicote ao autor e questionava sua responsabilidade ao escrever personagens masculinos obsessivos e controladores, outros defenderam o direito da ficção em explorar comportamentos extremos sem que isso reflita a visão pessoal de quem escreve.

Montes respondeu às críticas com um vídeo nas redes sociais. “Eu sei o que andam dizendo por aí sobre mim. Vim dizer que não é verdade, não sou essa pessoa”, começou, em tom irônico. “Eu não vou mais escrever histórias de suspense, de crimes. Vou escrever histórias edificantes, de autoestima. Agora eu vou ser um autor de autoajuda”, brincou.