E-book ou papel? 8 em cada 10 leitores ainda preferem livros físicos
- Bianca Fávero

- 21 de nov.
- 2 min de leitura
Atualizado: 23 de nov.
Em meio a fenômenos como o BookTok, jovens representam mais de 35% do faturamento do mercado editorial no Brasil

Ainda há quem goste de sentir o cheiro do papel enquanto lê, mesmo diante da praticidade do digital. Segundo a 6ª edição da Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada pelo Instituto Pró-Livro em 2024, 83% dos leitores ainda escolhem o livro físico como sua principal forma de consumo.
Esse dado é ainda mais intrigante, pois essa preferência ocorre em um momento em que a geração mais conectada de todas — os jovens influenciados pelo fenômeno BookTok — é responsável por movimentar 35,64% do faturamento total do mercado editorial brasileiro, conforme Painel do Varejo de Livros do Brasil da Nielsen BookScan.
O comportamento é consequência da experiência tátil e sensorial que o e-book não consegue replicar. Para uma parcela significativa de leitores, folhear uma página, sentir o peso da obra e até mesmo visualizar, literalmente, o progresso da leitura são elementos cruciais para a imersão. Essa atração é tão forte que o livro físico se torna, nas mãos da Geração Z, um objeto social e de status.
Contudo, a resistência do tradicional não significa que não há leitura em novos formatos. O levantamento do Instituto Pró-Livro mostra que o mercado editorial está, na verdade, se tornando híbrido. No período analisado, 16% dos leitores são exclusivamente digitais — crescimento de 18% desde 2011. Entre os dispositivos utilizados, o celular lidera com 75% das preferências, seguido por computadores, tablets e e-readers. Além disso, o consumo de audiobooks também demonstra uma clara aceleração, passado de 20% em 2019 para 23% em 2024.
O cenário atual aponta, portanto, para uma conclusão: a leitura continua mais viva do que nunca. Longe de ser uma guerra entre formatos, o futuro é de coexistência, onde o cheiro do papel e o deslizar da tela se complementam, cada um no seu estilo, para manter os jovens e o mercado editorial em constante movimento.










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