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Natalia Timerman: as rachaduras do tempo e da escrita

  • Foto do escritor: Capítulo Z
    Capítulo Z
  • 28 de set.
  • 3 min de leitura

Nome por trás de grandes obras como 'Copo Vazio', 'Rachaduras' e 'As Pequenas Chances', a escritora conta ao Capítulo Z sobre sua relação íntima com a literatura

Natalia Timerman, escritora da literatura brasileira
Autora foi finalista do 62.º Prêmio Jabuti de 2020, na categoria contos / Crédito: Renato Parada - Divulgação

Autora, médica psiquiatra e mãe, Natalia Timerman escreve desde criança e fez da literatura uma extensão de sua identidade. Com sua obra Rachaduras, foi finalista do 62.º Prêmio Jabuti de 2020, na categoria contos, consolidando sua voz no panorama literário brasileiro. Em um bate-bola exclusivo com o Capítulo Z, a autora reflete sobre o desamparo, o tempo e as motivações que a levam a criar histórias.


Confira a entrevista na íntegra


Capítulo Z: Como e quando nasceu sua paixão pela escrita? Você já imaginava que se tornaria autora ou isso aconteceu de forma inesperada?

Natalia: Quero ser escritora desde criança, a escrita se constituiu junto com minha identidade.


Capítulo Z: Você se lembra do primeiro texto ou história que escreveu? O que a motivou a começar?

Natalia: Quando estava no que na década de 80 era a segunda série do primário, escrevi um poema para uma prova, um poema sobre um circo. O poema chamou a atenção dos professores, que datilografaram e fizeram cópias para todos os alunos da série, inclusive as outras salas. Guardo esse episódio como o primeiro reconhecimento público da escrita.


Capítulo Z: Quando você começou a se entender como alguém “criativo”?

Natalia: Ainda não me entendo como alguém criativo. A invenção me fascina, mas também me assusta.


Capítulo Z: Durante sua infância e adolescência, quais livros e autores foram importantes para sua formação?

Natalia: A coleção Para gostar de ler, os livros do Pedro Bandeira e do Marcos Rey.


Capítulo Z: Se você pudesse visitar uma cena da sua infância como espectador, qual escolheria e por quê?

Natalia: A infância toda, como um filme.


Capítulo Z: Houve alguma pessoa que incentivou você a seguir o caminho da escrita?

Natalia: Consigo me lembrar mais dos percalços que dos incentivos, mais das dissuasões que do apoio.


Capítulo Z: Como foi o processo de publicação do seu primeiro livro? Você enfrentou desafios para lançá-lo?

Natalia: Meu primeiro livro foi fruto do meu mestrado. Quando foi aceito pela editora Elefante, achei que agora seria só publicá-lo, mas aí entendi que haveria um longo processo de reescrita e edição. Foi o início da minha compreensão de que o tempo do mercado literário é outro, diferente do tempo usual do mundo.


Capítulo Z: Em que momento percebeu que sua escrita poderia se tornar sua profissão?

Natalia: Profissão no sentido de sustento? Ainda não tive essa percepção, tanto que continuo atendendo como psiquiatra.


Capítulo Z: Como foi para você lidar com o crescimento da sua popularidade e o carinho dos leitores?

Natalia: É muito bonito e gratificante, mas não consigo confiar no que se entende por sucesso.


Capítulo Z: Você sente que há um tema recorrente ou uma mensagem essencial em seus livros?

Natalia: Estou sempre escrevendo sobre a passagem do tempo e o desamparo. Acho que no fundo são a mesma coisa.


Capítulo Z: Como é seu processo de escrita? Você tem alguma rotina específica ou rituais ao escrever?

Natalia: Tenho uma rotina atribulada como mãe e psiquiatra, então escrevo quando dá.


Capítulo Z: Como equilibra a imaginação e a realidade ao criar histórias? Alguma personagem sua foi inspirada em pessoas reais?

Natalia: Esse equilíbrio depende do texto, cada vez pende mais para um lado. A Natalia de As Pequenas Chances surgiu de mim, mas todos os meus personagens, até os mais distantes dos meus dados biográficos, têm algo meu.


Capítulo Z: O que mais te motiva a escrever histórias para crianças?

Natalia: A chegada de histórias bonitas na voz das crianças que me rodeiam.


Capítulo Z: Se pudesse dar um conselho para jovens escritores que sonham em seguir carreira, qual seria?

Natalia: Se concentrem em escrever, não em seguir carreira.


Capítulo Z: Como gostaria que sua trajetória como escritora fosse lembrada no futuro?

Natalia: Gostaria de continuar sendo lida, não apenas lembrada.


Capítulo Z: Há um pensamento comum de que a Geração Z não lê. Como você enxerga essa ideia? Acredita que seja um mito ou há alguma verdade nisso?

Natalia: Não só a Geração Z, acredito que todos lemos menos hoje. A internet, os aplicativos, as redes exercem um apelo forte demais.


Capítulo Z: Você percebeu mudanças no comportamento de seus leitores ao longo dos anos? A Geração Z lê de forma diferente das gerações anteriores?

Natalia: Minha escrita chegou ao mundo já no tempo da internet, então não consigo enxergar uma mudança.

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